Água Funda, de Ruth Guimarães, Editora 34, é uma preciosidade da nossa literatura. Meu interesse inicial pela obra foi devido aos elementos do realismo mágico. Meu hiperfoco, nos últimos meses, tem me feito procurar cada vez mais histórias assim.
Fui completamente tragada por Água Funda. A história se passa em uma comunidade rural, Olhos D’Água, e explora a vida dos moradores, suas tradições, crenças, superstições e o cotidiano.
Realismo mágico em Água funda
Água Funda, com sua narrativa fragmentada, utiliza elementos do folclore, das práticas religiosas, das crenças com realismo mágico, para abordar a exploração dos trabalhadores locais. É uma crítica à estrutura colonial.
É muito significativo que todos em Olhos D’Água estão sob o mesmo destino trágico. Há uma forte ligação com a natureza, principalmente com a água. Olhos D’Água é um personagem.
“A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.”
Creio que, para encerrar a sina, seria preciso acabar com a estrutura de exploração e a desigualdade que permanecem na nossa sociedade desde a abolição da escravatura.
Ruth Guimarães tece uma linguagem rica e poética, valorizando a oralidade, retratando com profundidade a cultura, os costumes e as questões sociais do povo simples do campo.
No prefácio, Antonio Candido diz: “É um romance, mas escrito como se fosse prosa fiada, como se fosse narrativa caprichosa que vai indo e vindo ao sabor da memória, ao jeito dos contadores de casos.”
E essa capa maravilhosa com a tela Palmeiras, de Tarsila do Amaral.
A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.
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