Em Um dia o amor vai encontrar você, Luiza Mussnich explora em texto curtos, singelos e plenos de literatura, com seu olhar de jovem escritora, vislumbres de sua intimidade, convidando-nos a olhar para dentro e a identificar reflexos de seus relatos em nossas próprias histórias. Um dia o amor vai encontrar você é um livro que toca fundo e prepara o coração para que, um dia, o amor possa nos alcançar.
Luiza Mussnich, carioca nascida em 1991, não se imagina vivendo em uma cidade onde não veja o horizonte sobre o mar, tampouco em uma casa sem cachorro. Colecionadora de cadernos, sonha em alemão e gostaria de passar férias na Belle Époque. Como jornalista, trabalhou escrevendo a coluna Esquinas na revista Piauí e produziu documentários sobre a África. Seus contos, crônicas e poesias são publicados no site Palavras em voo livre. Um dia o amor vai encontrar você é seu primeiro livro.
A obra é uma doce surpresa, recheada de sensibilidade, perspicácia e analogias poéticas. Luiza apresenta uma coletânea de textos que vão de poemas a pequenos contos, traduzindo seus sentimentos em relação à vida e ao mundo ao seu redor.
Em Medos, a autora narra uma passagem de sua infância, refletindo sobre o medo de um carro novo e os monstros que ele poderia esconder, revelando que o maior medo humano é a solidão.
“Íamos atrás de jacarés, serpentes, tarântulas. Eu não tinha tanto medo deles quanto mamãe, da solidão.”
Um dia o amor vai encontrar você: sensibilidade e intimidade
O olho da avó nos leva a descobrir a personalidade de algumas pessoas, apresentadas através da figura da avó de Luiza. Essas pessoas possuem a capacidade de enxergar o “invisível”, como diz o Pequeno Príncipe: “O essencial é invisível aos olhos.” A autora nos transmite que tudo o que é importante é guardado em nossa mente como lembranças, amores, pensamentos e sentimentos, e não em gavetas e armários.
“Ela me ensinou a enxergar traços encantadores em características invisíveis. Fez de mim arqueóloga de gente: encontrei tesouros mais valiosos que os olhos de água-marinha.”
No conto Caramuja, Luiza reflete sobre a evolução das pessoas em relação ao amor. No início, podemos pensar que o amor não existe porque ainda não o vivenciamos, ou condená-lo como “vilão” por feridas passadas. Contudo, somos tomados pela maresia de sentimentos que o amor proporciona e percebemos que “a vida é linda de viver.”
“Saí do esconderijo de frases esquivas, cheias de adjetivos e palavras difíceis: dispensei as figuras de linguagem.”
A Segunda Opção é um conto sobre a paixão. Quando nos apaixonamos? Que dia o amor entrou sem permissão e trouxe sentido à vida? Que momento começamos a querer o outro? Essas perguntas permeiam os apaixonados, desencadeando um turbilhão de dúvidas e borboletas no estômago.
“Ou se controla o amor ou se vive o amor. Fico com a segunda opção.”
Luiza tem uma habilidade nata para romantizar sua vida e transformar sentimentos e lembranças pessoais em experiências universais. As dúvidas que ela suscita são questões que atormentam toda a humanidade:
Por que o amor não pede permissão para entrar em nossas vidas?
Por que o julgamos culpado de nossas frustrações?
O quanto de nossos pais e avós está presente em nós?
Com quantas feridas se faz a sabedoria?
Que dia a morte chegará em nossas vidas?
Não são as respostas que movimentam a vida, mas sim as perguntas. É a poesia que eterniza o amor: o primeiro amor, o bolo de milho da avó, o começo e o fim.
A capa e a diagramação do livro emocionam, pois as fotografias que compõem as páginas são de uma delicadeza natural que se encaixa perfeitamente com a leveza dos textos da autora.
Um dia o amor vai encontrar você é um livro que convida à conexão com nossas lembranças guardadas em baús emocionais, proporcionando uma visita íntima ao prazer de viver.
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