O Estranho Contato, Kelly Shimohiro, lançado pela Editora Empíreo, foi a segunda leitura que fiz este ano. Como o título sugere, a história é peculiar, centrada na personagem principal, Ágatha Guiller, uma jovem de dezenove anos que vive com os pais e irmãos, sendo que um deles está fora do país.
A rotina de Ágatha é comum, mas ela frequentemente se sente deslocada, pois sua vida parece vazia e estagnada. Nesse aspecto, a personagem pode parecer um pouco chata; apesar de ter uma vida relativamente boa, a busca pelo “sentido da vida” a leva a acreditar que nada faz sentido. Isso me fez ter dificuldades em simpatizar com ela, especialmente por suas constantes reclamações.
Como forma de escape, Ágatha dedica grande parte do seu tempo à leitura de biografias, especialmente em um banco escondido ao lado do jardim da escola. Ela se mostra pouco interessada nas aulas, refletindo uma falta de motivação.
“E a única certeza que tenho é de quem eu quero. Agora, só preciso encontrar o melhor caminho, o mais rápido para estar perto dele. Eu sufoco a cada instante por causa dessa distância…”
Seu melhor amigo, Fred, é uma presença positiva na vida de Ágatha, trazendo diversão e loucura ao seu cotidiano. Desde o início, percebi que ele é o contraponto que a tira do tédio, e a dinâmica entre os dois me fez pensar que poderiam viver um romance, mas eles permanecem apenas amigos.
Outro elemento importante na vida de Ágatha são os sonhos estranhos com um rapaz misterioso que provoca tanto sorrisos quanto angústia. A trama se intensifica quando ela recebe a notícia de que um primo distante precisará de hospedagem temporária. Ao buscá-lo, uma situação estranha ocorre: pássaros voam em conjunto de forma peculiar, lembrando-me de Diários de um Vampiro.
O Estranho Contato: autodescoberta e amadurecimento de Ágatha
A história se desenrola rapidamente desde o encontro de Ágatha e Tom até o primeiro beijo, o que pode causar alguma confusão, já que tudo acontece em um único capítulo. Após esse momento, Ágatha enfrenta o desespero de não saber o que fazer sem Tom, percebendo que ele trouxe um novo sentido à sua vida.
A autora, Kelly Shimohiro, tem uma escrita ágil e de fácil compreensão. No entanto, o ritmo acelerado da narrativa pode gerar confusão em alguns momentos, enquanto em outros, proporciona leveza.
A leitura é rápida e envolvente, especialmente pela narração em primeira pessoa, embora as queixas de Ágatha possam ser cansativas. Um ponto forte do enredo é o amadurecimento de Ágatha e Fred, com Ágatha demonstrando um crescimento significativo.
“Após séculos de espera, a minha vida começou. É como se eu tivesse vivido até agora em um estado dormente pré-vida, uma espécie de limbo.”
A capa, diagramação e folhas amareladas combinam bem com a narrativa, e o subtítulo sugere a exploração de dois mundos opostos, levando o leitor a questionar se se referem a seres diferentes ou a mentes opostas.
Recomendo O Estranho Contato ao público jovem adulto. Apesar de alguns pontos fracos, o livro oferece uma reflexão valiosa: não reclame demais da vida, pois o sentido dela pode ser encontrado nas pequenas coisas que estão dentro de você.
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O Estranho Contato
Kelly Shimohiro
Gênero: Romance
Editora: Empíreo
Número de Páginas: 208
Edição: 2015
Avaliação: ★★★
Sinopse:Ágatha Guiller é uma garota de 19 anos entediada com a vida. Mas, com a chegada de um parente desconhecido e distante, vê tudo virar de cabeça para baixo. Tudo fica ainda mais confuso, e até um pouco perigoso, quando ela passa a enfrentar a morte e começa a compreender os segredos que conectam todos os seres. Para ela, nada importa mais do que Tom. Ela está apaixonada e fascinada pelo mundo dele. Em nome dessa paixão está disposta a qualquer coisa, mesmo que isso signifique abandonar todo o resto para sempre.