O que dizer de Elo? Que entrou para lista dos meus queridinhos do ano. Elo é uma ficção científica, futurista-distópica, ambientado num planeta chamado Secoia. Nesse futuro, a terra na existe mais, porém ninguém lamenta, pois já tem mais de mil anos que ela deixou de existir.
A narrativa de Elo inicia num consultório médico. Elissa, uma garota de 17 anos, é a paciente. Ela vem sofrendo, há três anos, terríveis dores de cabeça, com desmaios, pesadelos, hematomas. O médico que a atende, promete que vai curá-la, fazendo uma cirurgia cerebral.
O problema é que Elissa começa achar muito estranhas as perguntas do médico. Mesmo assim, ela autoriza a cirurgia, pois quer se livrar das dores, dos hematomas e voltar a ter uma vida normal. A pobre garota passou por inúmeros médicos, que prescreveram diversos tratamentos e nada deu certo.
À noite, em casa, Elissa faz algumas descobertas. Primeiro ela percebe, pelo noticiário, que seus sonhos/pesadelos são, na verdade, visões de fatos que irão acontecer. Ela assiste a noticia de um incêndio que ela havia sonhado antes.
Se o incêndio é real, a garota que estava fugindo desse incêndio também é real, pensa Elissa. Para provar que tudo é verdade e que não é louca, ela saí em busca da garota. Elissa a encontra e, para sua surpresa, a menina é sua réplica perfeita.
Para piorar tudo, a garota vem sendo torturar, passando por experiências científicas. As dores de Elissa são as dores da garota.
A partir desse ponto, a narrativa de Elo fica intensa, pois Elissa descobre que viveu uma mentira. Que seus pais sabiam de tudo. Que eles não irão ajudá-la a fugir. A mãe de Elissa é uma megera (Adorei).
Elissa precisa fugir, precisa ajudar sua estepe, pois garota não é considerada humana, não tem nem um nome.
Imogen Howson conseguiu produzir uma história fantástica. Ao contar a história de Elissa, a autora vai inserir elementos futuristas de uma forma que parece tudo muito real. É um tipo de canyon onde a família de Elissa vive. Tem as esteiras que sobrem e descem em espiral; tem os aerociclos; barratimóveis; as naves espaciais; os outros planetas habitados; a convenção intergaláctica.
Outro ponto que é muito interessante é a estrutura política-social do planeta Secoia. Como faltam alguns recursos naturais, o governo impôs regras rígidas à sociedade, como o limite máximo de dois filhos, por exemplo. Não é mais natural ter filhos gêmeos. É considerado inumano. A palavra gêmeo nem existe mais. Eles usam a palavra estepe. Há pobres e ricos. Não tem castas.
Mas não pense que o livro fica só nas questões científicas, com experimentos. Há ainda o personagem Cadan, amigo do irmão de Elissa, que tem um papel fundamental na vida das duas irmãs. É chocante o que o governo faz com os gêmeos.
Elo tem continuação. E agora é aguentar toda ansiedade para saber o que Elissa, Lea, Cadan e mais outros personagem secundários vão fazer para ajudar Secoia a sair do caos que está mergulhada.
Fãs dos escritores como, William Gibson, Ray Bradbury, Arthur C. Clarcke, Isaac Asimov, im Stanley Robinson, Frank Herbert deem uma chance para Elo.
Páginas: 384
*Livro cedido em parceira com a editora