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Resenha || Reiniciados | Teri Terry

por Nilda de Souza

Reiniciados é o primeiro livro da trilogia homônima de Teri Terry, publicado pela Editora Farol Literário. A história se passa em um Reino Unido distópico, no ano de 2054, onde o totalitarismo impera. Após um colapso econômico em 2020 e a saída do país da União Europeia, um movimento autoritário conhecido como “Lei e Ordem”, liderado pelos Lordeiros, tomou o controle, moldando uma sociedade marcada pelo medo e pela opressão.

A história gira em torno de Kyla Davis, que passou por um procedimento de “reiniciação”. Isso significa que suas lembranças foram apagadas, sua personalidade modificada e suas memórias, perdidas. Kyla não tem ideia de seu passado: não sabe quem são seus pais, de onde veio ou quais crimes a levaram a essa nova vida. Aparentemente, as pessoas que passam por esse processo são aquelas que cometeram delitos, recebendo uma segunda chance. No entanto, isso vem com um preço: elas devem seguir regras rigorosas, e Kyla não será uma exceção.

Após a reiniciação, os reiniciados são adotados e deveriam levar uma vida normal, mas são constantemente vigiados, tanto na escola quanto em casa. No caso de Kyla, o procedimento não parece ter funcionado completamente, pois ecos de seu passado começam a sussurrar em sua mente. Alguém está mentindo para ela, e nada é o que parece ser. Em quem Kyla poderá confiar em sua busca pela verdade?

Kyla é adotada por uma família que já tem uma filha reiniciada, Amy, e na escola conhece Ben, outro reiniciado.

Reiniciados: vigilância e controle estatal

Reiniciados realmente me surpreendeu. Comecei a leitura cética, pensando: “mais uma história com protagonista de 16 anos”. No entanto, encontrei um livro que critica estruturas políticas totalitárias de diversas formas.

O universo distópico de Reiniciados é construído sobre bases de condicionamento psicológico e físico, tanto dos reiniciados quanto das pessoas “normais”. O poder disciplinar se torna evidente à medida que Kyla começa a perceber a manipulação promovida pela coalizão governamental. O processo de “reiniciação” rouba dos indivíduos sua história pessoal e senso de identidade. Isso representa uma forma de desumanização, em que os cidadãos são despojados de sua individualidade.

Todos vivem em um estado constante de medo, sustentado por regras rígidas e pelos violentos dispositivos punitivos dos Lordeiros. Porém, existem os rebeldes. Será que eles trazem esperança?

A leitura de Reiniciados provoca desconforto e terror, levando-nos a refletir sobre o presente e as projeções para o futuro. A humanidade parece incapaz de encontrar um caminho harmônico consigo mesma. A sociedade sob controle é como um pavio aceso, e os avanços científicos e tecnológicos servem ao totalitarismo.

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