Filha da floresta é o primeiro livro da trilogia Sevenwaters. A mitologia celta trabalhada no livro é baseada no conto “Os Seis Cisnes”, dos Irmãos Grimm. Envolvente e perigoso, a autora cria um conto de fadas com um cenário tenso e místico. A escolha de tons de verde bem fortes na capa e os símbolos celtas nas quebras de página a cada início de capítulo confirmam isso.
Sevenwaters é uma ilha da antiga Irlanda medieval, um lugar místico e cheio de mistérios (não para os seus habitantes). Sorcha é a sétima filha do sétimo filho. Havia uma lenda que dizia que o sétimo filho do sétimo filho seria dotado de poderes mágicos e teria uma profunda ligação com a floresta. No entanto, essa lenda não se aplica a Sorcha, pois ela é mulher, e tal crença é válida apenas para homens. Aos poucos, a menina descobre a verdade: ela também tem uma ligação com a floresta, sendo capaz de se comunicar com os animais, o que a leva a ser chamada de “filha da floresta”.
“A região em que nascemos guardava tanta magia que ela praticamente fazia parte de nossa vida diária. Era comum encontrarmos um desses seres quando íamos colher frutas ou pegar água no poço”.
Ela e seus irmãos perderam a mãe muito cedo e, por isso, seu pai tornou-se um homem frio. A menina não conhecia o amor paterno, mas tinha o amor dos seus seis irmãos: Liam, Diarmuid, Cormack, Conor, Finbar e Padriac. Cada um tinha uma habilidade especial e fora do comum. Eles compartilhavam um amor incondicional e ensinavam à irmã mais nova tudo o que ela precisava saber sobre sua família e sobre a floresta.
Algo ruim acontece. Bem, não era para ser ruim! O pai de Sorcha se casa com uma linda jovem. Os meninos não gostam nada, pois, apesar de toda a sua beleza, ela carrega uma ameaça mística. Finbar e Conor percebem rapidamente essa ameaça, mas não conseguem escapar da terrível maldição. O que será que aconteceu com Sorcha e seus irmãos? Eles conseguem descobrir um meio para quebrar a maldição?
“Chore, minha querida. Nosso amor a envolve como um manto quente e macio. Nossa força é sua, e sua força mantém acesa nossa esperança. A floresta a abraça e acolhe.”
Sorcha é uma menina que amadurece ao longo do tempo cronológico da obra. Ela vive momentos bons e ruins, o que a faz despertar seus poderes místicos e a torna cada vez mais forte. Por mais que não tenha conhecido o amor paterno, ela compreende esse sentimento através dos seus irmãos, tornando-se protetora e heroína.
Juliet tem uma escrita brilhante e consegue transmitir o máximo de informações possíveis nas quase seiscentas páginas. A capa condiz com a história. Há alguns erros de diagramação em algumas páginas chamam a atenção, mas não tiram o foco principal, que é Sorcha e sua missão. As primeiras setenta páginas são descritivas, deixando a leitura um pouco arrastada; depois disso, a obra segue em um ritmo envolvente e rápido, nos deixando frenéticos para o segundo livro.
Recomendo Filha da floresta para leitores que desejam conhecer a mitologia celta e para aqueles que já a conhecem, para que se deleitem com uma narrativa contagiante e mística.
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Filha da floresta
Juliet Marillier
Editora: Butterfly
Número de Páginas: 608
Ano: 2015
Avaliação: ★★★★
Sinopse: O domínio de Sevenwaters é um lugar remoto, estranho, guardado e preservado por homens silenciosos e criaturas encantadas, além dos sábios druidas, que deslizam pelos bosques vestidos com seus longos mantos… Passada no crepúsculo celta da velha Irlanda, quando o mito era lei e a magia uma força da natureza, esta é a história de Sorcha, a sétima filha de um sétimo filho, o soturno Lorde Colum, e dos seus seis amados irmãos, vítimas de uma terrível maldição que somente Sorcha é capaz de quebrar. Em sua difícil tarefa, imposta pelos Seres da Floresta, a jovem se vê dividida entre o dever, que significa a quebra do encantamento que aprisiona seus irmãos, e um amor cada vez mais forte, e proibido, pelo guerreiro que lhe prometeu proteção.