Home Resenhas Resenha || Estação Onze | Emily St. John Madel

Resenha || Estação Onze | Emily St. John Madel

por Mayara Nascimento

Depois da minha estreia aqui no blog, trago a minha segunda resenha. Desta vez, aventurei-me na leitura da ficção Estação Onze, de Emily St. John Mandel, livro vencedor do Arthur C. Clarke Award de ficção científica em 2015.

Vem comigo conhecer esse livro, que, em cada personagem, traz reflexões sobre sentimentos, fragilidades e sobrevivência.

Confesso que Estação Onze me pegou de imediato pelo título e pela capa (quem nunca?), mesmo sem saber o contexto da narrativa, já havia me interessado. Após entender do que se tratava… Bem, vamos lá!

Em um dia comum, Arthur Leander sobe ao palco para encenar Rei Lear. Até aí, tudo bem, mas este dia não foi tão comum assim. Arthur tem um ataque cardíaco no palco. Do outro lado, Jeevan Chaudhary assiste à cena com aflição e, sem se contentar em ver o ator morrer ali, corre para tentar trazê-lo de volta à vida, mas é tarde! Nos bastidores, a atriz mirim Kirsten Raymond assiste a tudo chocada.

Muito intenso para um começo? Não para por aí. Nesse mesmo dia, Huar, amigo de Jeevan, anuncia a preocupante Gripe da Geórgia, que se espalhou em poucas horas e está tomando rumos assustadores. Será o fim da humanidade?

“Se o inferno são os outros, o que é um mundo onde não há quase ninguém? Talvez em breve a humanidade fosse simplesmente se extinguir […] Quantas pessoas restavam mesmo agora?”

O livro começa assim, a todo vapor, e nos deixa ansiosos para saber mais sobre o que acontecerá com as civilizações após a pandemia. Dividido entre os acontecimentos do mundo antigo e do novo mundo (pós-calamidade), Estação Onze permite ao leitor transitar no tempo, viajando por passado e presente e compreendendo o mesmo acontecimento pelo ponto de vista de diversos personagens. Achei incrível o fato de que os personagens têm uma ligação muito forte, embora alguns deles nem tenham se conhecido.

Vale a pena conhecer melhor:

  • Arthur Leander – Um ator que conquistou a fama e tudo o que vem com ela: dinheiro, mulheres e felicidade. Mas, quanto a esta última… Os capítulos que nos levam ao passado de Arthur deixam uma lacuna – realmente valeu a pena?
  • Kirsten Raymond – A menininha que presenciou a morte súbita de Arthur, sobreviveu à Gripe da Geórgia e, no Ano Vinte, faz parte da Sinfonia Itinerante – um grupo de atores e músicos que leva sua arte, encenando Shakespeare para o que restou das civilizações. Kirsten é autêntica, corajosa e encantadora. Aprendeu a ser forte desde cedo e carrega em sua pele o propósito neste novo mundo: “Star Trek: Voyager – Sobreviver não é suficiente!”
  • Miranda – Ex-esposa de Arthur, sempre foi uma mulher diferente. Ao expressar seus sentimentos nos quadrinhos nunca publicados de Estação Onze, retratou muito de si através do personagem Dr. Onze. Sua filosofia de vida era: “Não me arrependo de nada”.
  • Jeevan Chaudhary – Cansado da vida de paparazzi, percebe que salvar vidas é mais motivador. Na plateia no dia em que Arthur morreu, ele pôs em prática o curso de paramédico, tentando, mesmo em vão, salvar o ator. Durante a pandemia, faz de tudo para proteger seu irmão cadeirante do vírus. Um homem que deixa sua marca pelo excesso de humanidade.

A leitura de Estação Onze me proporcionou muitas reflexões, principalmente sobre a vida que levamos nesta sociedade da falta: de tempo, de amor, de valores… E se, de repente, tudo se perder? O livro também me fez sentir que, mesmo em situações desfavoráveis, a arte, a amizade e o amor podem nos fazer VIVER, e não apenas SOBREVIVER.

“Será que se pode chamar a busca da felicidade de covardia?”

Um livro de escrita simples e leve. As narrativas temporais e os muitos personagens (o que me deixou confusa em determinados momentos) não prejudicaram a viagem que esta ficção, que até parece realidade, proporcionou. A riqueza de detalhes sobre os dois mundos é muito boa.

E se você curte a combinação de leitura e música, indico as canções “Radioactive e Ready, Aim, Fire!” Da banda Imagine Dragons, que se encaixam perfeitamente ao contexto apocalíptico do livro. Boa Leitura!

O Ave, livro faz parte do Programa de Associados da Amazon. Se você fizer sua compra através do meu link, receberei uma pequena comissão, o que me ajuda a manter o site no ar. Sua contribuição é valiosa. Obrigado por apoiar meu trabalho!

 

Estação Onze

Emily St. John Mandel

Gênero: ficção cientifica
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 320
Ano: 2015
Avaliação: ★★★★

Sinopse: Certa noite, o famoso ator Arthur Leander tem um ataque cardíaco no palco, durante a apresentação de Rei Lear. Jeevan Chaudhary, um paparazzo com treinamento em primeiros socorros, está na plateia e vai em seu auxílio. A atriz mirim Kirsten Raymonde observa horrorizada a tentativa de ressuscitação cardiopulmonar enquanto as cortinas se fecham, mas o ator já está morto. Nessa mesma noite, enquanto Jeevan volta para casa, uma terrível gripe começa a se espalhar. Os hospitais estão lotados, e pela janela do apartamento em que se refugiou com o irmão, Jeevan vê os carros bloquearem a estrada, tiros serem disparados e a vida se desintegrar. Quase vinte anos depois, Kirsten é uma atriz na Sinfonia Itinerante. Com a pequena trupe de artistas, ela viaja pelos assentamentos do mundo pós-calamidade, apresentando peças de Shakespeare e números musicais para as comunidades de sobreviventes. Abarcando décadas, a narrativa vai e volta no tempo para descrever a vida antes e depois da pandemia. Enquanto Arthur se apaixona e desapaixona, enquanto Jeevan ouve os locutores dizerem boa-noite pela última vez e enquanto Kirsten é enredada por um suposto profeta, as reviravoltas do destino conectarão todos eles. Impressionante, único e comovente, Estação Onze reflete sobre arte, fama e efemeridade, e sobre como os relacionamentos nos ajudam a superar tudo, até mesmo o fim do mundo.

Voce pode gostar

Deixe um comentário

@2024 – All Right Reserved. Designed and Developed by PenciDesign

Todas as fotos e textos publicados são produzidos por Nilda de Souza, exceto quando sinalizado.