Já se imaginou em situações em que você estivesse cara a cara com Morte, Desejo, Sonho, Desespero, Delírio, Destruição e Destino? É um cenário confuso, não é? Esse é o ambiente encontrado na graphic novel Sandman Noites sem Fim, de Neil Gaiman, Editora Vertigo.
Para esclarecer, Sandman é uma série de graphic novel, mas esta é uma edição independente. Portanto, quem ainda não conhece a série (como eu) pode lê-la tranquilamente e compreender o universo dos Sete Perpétuos.
Neil Gaiman explica:
“Os Perpétuos não são deuses. Pois deuses deixam de existir quando as pessoas deixam de acreditar neles; mas, enquanto houver gente para viver e sonhar e destruir, para desejar ou se desesperar ou maravilhar ou perder a cabeça, para viver a vida e afetar uns aos outros, os Perpétuos estarão lá, desempenhando suas funções, sem se importarem nem um pouco se você acredita ou não.”
Cada capítulo é marcado pela presença de um dos Perpétuos, alguns cativantes, outros confusos, mas todos mostram sua essência por meio de imagens e histórias envolventes. A ordem é: Morte, Desejo, Sonho, Desespero, Delírio, Destruição e Destino.
Sandman Noites sem Fim: a natureza dos perpétuos
O capítulo do Sonho, que é o Sandman, foi o meu favorito. Nele, todos os Perpétuos aparecem e interagem, permitindo que conheçamos mais sobre cada um através do ponto de vista de um dos irmãos. Sandman Noites sem Fim investiga a intersecção entre sonhos e a realidade, destacando a importância dos sonhos na vida das pessoas e como eles influenciam a percepção do mundo.
O capítulo sobre Desejo também me chamou a atenção, especialmente pela dualidade de identidade desse perpétuo, abordando a complexidade da identidade, incluindo a fluidez de gênero e a dualidade do ser, questionando como as identidades são percebidas e vividas.
“E ela está pensando em todas as coisas que nunca foi e decidindo friamente que o mais sensato agora seria enlouquecer ou virar nada.”
De modo geral, gostei muito da leitura. Sandman Noites sem Fim é lindo e as ilustrações de cada capítulo são de encher os olhos. Eu poderia simplesmente não escrever nada e deixar as imagens falarem por si.
Sandman Noites sem Fim: identidade e dualidade
Havia coisas maravilhosas dentro dela. Quem diria? Quem poderia imaginar? Arte de Bill Sienkiewicz
Havia coisas maravilhosas dentro dela. Quem diria? Quem poderia imaginar? Arte de Bill Sienkiewicz.
Sandman Noites sem Fim, apesar de ser uma graphic novel, que por sua natureza é rápida, cada capítulo me proporcionou uma mensagem. Uma vez mais, consegui romper com o preconceito literário e estou disposta a ler mais HQs e graphic novels no futuro. Inclusive, já coloquei na minha lista a série Sandman!
“Mas eu acho que, assim como as marionetes, cada um de nós é movido por fios invisíveis até que chega a noite, e somos todos descartados.”
Sobre Neil e sua capacidade de criar e nos fazer imaginar, acho que não preciso nem comentar, né? Cinco estrelas é pouco para a beleza que encontrei. Essa foi a dica de hoje, espero que curtam e boa leitura!
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