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Cinema || Anna Karenina | Universal Pictures

por Joanice Oliveira

Anna Karerina é um romance histórico de uma delicadeza pueril, enredo bem explorado e apresentado ao público com um final dramático e surpreendente.

Anna é casada com um dos funcionários mais importantes da antiga URSS e dessa relação gerou-se um menino sonhador e apaixonado pela mãe. Ela é uma mulher que crê fielmente no amor e nos sentimentos bons que ajudam na vida humana. Seu marido, Karenin, é um homem frio, fechado e completamente racional diante todas as relações que tem em sua vida, inclusive com Anna.

A cunhada de Anna anda sofrendo por causa dos casos extraconjugais que seu irmão conserva desde o primeiro dia de seu casamento. Então, ela viaja para consolá-la e nesse encontro seu caminho se cruza com o galante conde Vronsky que é um jovem de paixões fulminantes e ambição sem precedentes. Ele é cogitado como possível noivo de Kitty – sobrinha de Anna – mas sente-se atraído pela profunda e avassaladora Anna e a corteja de forma descarada, porém ela não lhe dirige nenhuma forma de incentivá-lo com aquela loucura.

Anna retorna ao seu lar e tenta esquecer dos jogos de sedução que Vronsky fazia com ela, porém ela se sente tentada em deixar essa paixão tomar conta de suas atitudes e começa a encontrar-se com o conde e enfurecer seu marido que de forma alguma permitirá esse disparate e envergonhamento de sua honra masculina.

Karenin dificulta todos os encontros de sua esposa com seu amante e chega a ameaça-la de não ver mais seu filho, caso não termine com essa “brincadeira” e diz que o divórcio está fora de cogitação em qualquer hipótese.

Como o coração parece ter vontade própria, Anna deixa-se ser levada por seu amor arrebatador e descobre que todas as escolhas exigem consequências destruidoras e que nem sempre estamos prontos para aguentar a pressão da sociedade.

 

Será que Anna conseguirá ser feliz? Será que o amor realmente exige que agimos com loucura e falta de bom senso? Será que vale a pena arriscar nossas conquistas em prol de emoções que podem ser passageiras? Será que o conde amava de verdade Anna?

Brilhante!

A genialidade da estruturação deve filme é esplêndida. Toda a movimentação das cenas é feita em apenas um lugar. Como assim Jo? Simples, o filme é gravado em um teatro e os acontecimentos giram em torno de apenas esse lugar. A Rússia do enredo é apenas cenário criado e assim conservando a obra-prima de Tolstói.

Anna é uma mulher de sentimentos e posicionamentos extremos e profundos e todas suas atitudes se pautam nessas características. Seu casamento nunca foi uma escolha por amor, mas por necessidade. Casou-se cedo para ter estabilidade e renome na sociedade russa. Quando cruza com o conde, ela sente pela primeira vez o significado de viver plenamente e entregar-se de corpo e alma para esse romance.

Karenin que é um homem frio e compenetrado não é de aceitar nada que prejudique seu “Nome” com facilidade e quando descobre o relacionamento extraconjugal de sua esposa, mostra seu lado irracional e ego ferido pelas ações de Anna, porém não pense que ele não ame sua esposa, pelo contrário ele a ama de forma incondicional e apenas que salvá-la de suas escolhas impulsivas e que vamos entender no final do filme.

O Conde Vronsky é um homem ambicioso e governado por suas paixões e emoções. Nunca reflete antes de agir e assim leva Anna à desgraça e a desonra e mostrar-se de amante carinhoso, uma pessoa sem escrúpulos e compaixão alheia. Seu amor nunca foi verdadeiro e suas atitudes impensáveis condenarão sua “amada” a um destino lastimável e irreparável.

 

Todo enredo emana tensão em todos os fatos, porque sabemos que Vronsky e Anna agiram de forma incoerente diante a época e as pessoas tendem a não perdoar “deslizes” amorosos e não julgam com equidade e visão romântica e isso gera muitos sofrimentos para ambos, mas principalmente para Anna que por ser mulher será taxada de “fácil”, “puta”, “sem-vergonha” e tantos outros adjetivos carregados de falso moralismo.

O filme é tocante e quando finalizado exige um pouco de tempo para absorção de tudo que ocorreu, porque ficam algumas perguntas no ar: Por que somos castigados por escolhemos com o coração? Por que amar parece ser um erro? Por que existem tantos relacionamentos sem amor? Será o casamento apenas um contrato social? Será que a felicidade pessoal NECESSITA de aceitação social?

A caracterização dos personagens é maravilhosa e impecável, pois por ser um romance histórico a ambientação e o figurino devem ser coerentes e isso é feito de forma harmoniosa e me despertou uma admiração pelo trabalho eficiente do diretor Joe Wright (Desejo e Reparação e Orgulho e Preconceito) e a atuação perfeita do elenco que conta com Keira Knightley, Jude Law e tantos outros.

Anna Karenina é uma viagem no tempo que trará momentos de reflexão sobre a vida, amor, relacionamentos e escolhas impensáveis.

Título: Anna Karenina
Produtora: Universal Pictures
Ano: 2013
Duração: 108 min
Gênero: Romance Histórico
Elenco:
Keira Knightley
Jude Law
Aaron Taylor-Johnson
Kelly Macdonald
Matthew MacFadyen
Domhnall Gleeson
Ruth Wilson
Alicia Vikander
Sinopse:
Século XIX. Anna Karenina (Keira Knightley) é casada com Alexei Karenin (Jude Law), um rico funcionário do governo. Ao viajar para consolar a cunhada, que vive uma crise no casamento devido à infidelidade do marido, ela conhece o conde Vronsky (Aaron Johnson), que passa a cortejá-la. Apesar da atração que sente, Anna o repele e decide voltar para sua cidade. Entretanto, Vronsky a encontra na estação do trem, onde confessa seu amor. Anna resolve se separar de Karenin, só que o marido se recusa a lhe conceder o divórcio e ainda a impede de ver o filho deles.

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