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O nome em seu pulso | Helen Hiorns

por Nilda de Souza

O nome em seu pulso é uma distopia científica que tem características diferentes de outras distopias que eu li este ano. Não há, por exemplo, uma iminente rebelião. A narrativa não situa o leitor em que época é narrada a história. Só sabemos que é num futuro muito, muito a frente, onde, por exemplo, a leitura dos livros de Shakespeare é terminantemente proibida (inspirações em Fahrenheit 451).

O universo criado pela Helen Hiorns é tão bem construído que parece que não há nada de muito diferente naquela sociedade, tudo é muito harmônico. É até muito parecida com a nossa sociedade. No entanto, a sociedade se baseia na crença, ou possibilidade de que todo ser humano tem uma alma gêmea.

Mas aí o leitor pode pensar que isso é algo maravilhoso, uma vez que grande parte das pessoas, no nosso mundo, acreditam ou precisam acreditar em alma gêmea, não é mesmo?

Pois é, no universo de O nome em seu pulso, em algum momento da vida das crianças é gravado em seus pulsos o nome do futuro esposo, da futura esposa. Este nome é ocultado pelo um tipo de pulseira, fazendo com que só o portador o conhece.

O grande problema é que as pessoas são levadas a crer que o nome em seu pulso é algo inato, como se tivesse sido gravado na alma. Uma escolha para além das escolhas humanas.

Em O Nome em seu pulso, quando o jovem atinge uma certa idade, ele pode começar a procurar sua alma gêmea. No entanto, só poderá se relacionar com essa pessoa, como ninguém mais. Claro que pode haver alguns erros, pois há repetição de nomes. Mas quase sempre é a pessoa certa.

Personagem com personalidade marcante

Corin é Irônica por natureza e que já quebrou algumas regras. Ela inventou um nome diferente do que estar no seu pulso, para poder namorar outros garotos.

Corin não acredita nesse negócio de alma gêmea e busca na internet informações para saber como era a sociedade antes de tudo começar com esse negócio de nome do pulso.

Além da descrença na questão da alma gêmea, Corin também tem sérios problemas familiares. O pai faleceu; a mãe se recolheu em um mudo só dela; a irmã mais velha, Jacinta, tem problemas sérios de depressão, tudo porque ela namorou o rapaz que não era sua alma gêmea. No inicio eu odiei a tal da Jacinta, mas depois esse personagem tem uma grande reviravolta.

Corin também anda intrigada para descobrir qual ou quais os motivos que tem levado muitos jovens a se suicidarem. Parece que tudo tem a ver com o tal nome no pulso. Para complicar ainda mais as coisa, Corin se aproxima de Colton, um colega de escola que tem a capacidade de ver a verdadeira Corin.

Eu realmente me surpreendi com O nome em seu pulso. Um livro que traz várias reflexões sociais. Parece que todas as formas que inventam para trazer paz à sociedade não tem sucesso. A sociedade perfeita parece que não existe.

Sobre a protagonista: a Corin é uma garota forte, rebelde, curiosa, que não acredita em tudo que falam. Tem sua própria forma de encontra a verdade. Mas o grande problema é que a verdade pode ter duas fases.

O nome em seu pulso traz um enredo marcante, impossível você não querer descobrir o que tem por trás daquela sociedade que acredita em alma gêmea. O livro tem final aberto.  Procurei se tem continuação, mas não vi nenhuma notícia sobre.

Resenha postada anteriormente em Os nós da rede

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