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Resenha de Homem-aranha

por Nilda de Souza

Demorei a entrar no ritmo de leitura de Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven. Não sei se isso se deu pelo estilo de linguagem do Neil Kleid, com pelos monólogos interiores repetitivos do Kraven, o vilão.  Quem acompanha o blog já sabe que sou apaixonada por romances adaptados de quadrinhos (você pode ler as resenhas de Viúva Negra Vermelho Eterno e Demolidor: O Homem Sem Medo). Por isso, estava empolgada com essa leitura. Mas talvez essa empolgação tenha atrapalhado minha experiência.

Para contextualizar: Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven é um romance adaptado dos quadrinhos de J. M. DeMatteis e Mark Zeck, originalmente lançado em 1987, dividido em seis partes e publicado nas HQs Web of Spider-Man, The Amazing Spider-Man e The Spectacular Spider-Man.

Neste romance, Peter Parker enfrenta um dia ruim. Ele acaba de ir a dois funerais, e o peso das mortes recai sobre seus ombros. Ele se culpa não apenas por essas duas mortes, mas também por todas as outras pessoas que tiveram alguma relação com ele e que acabaram mortas, incluindo o Tio Ben.

Para agravar a situação, um antigo inimigo, Kraven, coloca em prática um plano para usurpar e difamar a imagem do Homem-Aranha. Kraven, filho de um aristocrata russo, culpa o herói pelas desgraças de sua família, que teve que deixar a Rússia após a queda do czar.

E não para por aí: temos um segundo vilão, Rattus, um canibal violento e atormentado, que apresenta uma dupla personalidade.

Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven traz um lado mais sombrio do Amigo da Vizinhança. Gosto de romances adaptados de HQs porque a narrativa é mais extensa e detalhada, permitindo uma exploração mais profunda de personagens, cenários e emoções. Os diálogos tendem a ser mais longos e elaborado.

Homem-Aranha

A leitura não foi tão fluida quanto eu esperava, especialmente nas primeiras páginas. O início me pareceu truncado e os monólogos interiores do Kraven, repetitivos. Entendo que o objetivo é enfatizar a perturbação e obsessão do Caçador pelo Homem-Aranha, mas a repetição pode entediar o leitor. Chega um ponto em que se pensa: “Já entendi”.

Kraven, como vilão, não me conquistou. Já Rattus gerou um amor e ódio à primeira vista; é difícil não sentir pena de alguém transformado em um ser tão horrendo e cruel.

Homem-Aranha: vulnerabilidade e humanidade

Quanto à composição de Peter Parker: gostei de vê-lo mais maduro, embora atormentado por questões que o colocam no mesmo nível de qualquer ser humano.

Homem-Aranha

E Mary Jane Watson? A mocinha que está lá apenas para chorar pelo super-herói. Reconheço o esforço em dar complexidade à sua personalidade, abordando questões familiares e relacionamentos superficiais anteriores a Parker. Contudo, o que fica é a frustração de que ela poderia ter agido, buscando ajuda com o Capitão América, por exemplo. Mas o que Mary Jane fez? Ficou arrumando e desarrumando as malas no quarto.

Palavra Final
Homem-Aranha: A Última Caçada de Kraven não é um livro ruim, mas poderia ser melhor. Se você é fã do Homem-Aranha, este livro é para você. Tem pontos baixos? Sim, mas também há muitos aspectos positivos. Sobre a edição: segue o padrão dos outros livros da série Marvel publicados pela Novo Século, com detalhes em teias de aranha e mudanças de capítulos marcadas em folhas vermelhas. Também conta com ilustrações da HQ original.

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10 comentários

Ana Letícia dezembro 3, 2017 - 4:09 pm

Olá, tudo bem? Primeiro de tudo parabéns pela resenha, você sabe expressar muito bem sua opinião e tem uma escrita bem envolvente. Enfim sobre o livro, não conhecia essa adaptação e igual a você também gosto desse estilo de leitura. Embora a nota não tenha sido muito alta, acho que vou dar uma chance para essa leitura.

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Tary Belmont dezembro 3, 2017 - 4:22 pm

Nossa, nem sabia que tinha livro do Kraven. Eu conhei ele no Ultimate Spiderman e para ser sincera, não está entre os vilões que mais gosto. Spider eu li pouco também , minha irmã que ama. Kkk mas achei interessante. Mas na boa, odeio a Mary Jane xD

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Nilda de Souza dezembro 11, 2017 - 10:32 pm

Minha irmã também sempre gostou do Homem-Aranha rsrs Eu implico com MJ sempre.
Beijos!

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Falkner Moreira dezembro 3, 2017 - 7:12 pm

Eu ainda não acostumei com esse formato de romances feitos a partir das HQs, é tão estranho não ver as imagens… Pelo que tenho percebido, nem todos os escritores conseguem manter essa essência fluida que a HQ tem por passar uma historia com texto e imagem. Sobre o que você falou sobre a Mary Jane, ela é uma personagem mega subaproveitada em quase todas as historias… Uma pena, porque acaba tornando ela bem superficial né?

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Nilda de Souza dezembro 11, 2017 - 10:35 pm

Sim, tem isso dos escritores não conseguirem manter a mesma fluência das HQs. Sobre a MJ eu implico porque gostaria que ela tivesse um papel importante. Tenho pensado muito nessa questão da representação feminina das histórias de super heróis.

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Hanna Carolina dezembro 3, 2017 - 7:46 pm

Oi moça, tudo bem? Não sou muito chegada em Marvel, mas os livros eu confesso que tem me atraído… mas já sei que esse do Homem-Aranha não leria… bjks!

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Yuri S dezembro 4, 2017 - 8:54 pm

Apesar do que você falou, cheguei a me interessar bastante. Principalmente porque parece ser bem dark, estou certo? Confesso que a ideia de adaptar pra romances me dá um pouco de receio, então preciso tentar ler um desses pra ver se me agrada. Não li nada do Homem Aranha, outro motivo pra tentar! ahahaha

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Nilda de Souza dezembro 11, 2017 - 10:41 pm

Sim, sim é uma história mais sombria. Seguindo um pega do Watchmen e Batman: O Cavaleiro das Trevas. O proposito é trazer uma história mais séria. Mais madura.

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Nati Rabelo dezembro 4, 2017 - 10:21 pm

Amei a resenha.
To precisando me aventurar mais em hq’s, da Marvek só li uma duologia do Thanos.

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Erika Monteiro dezembro 6, 2017 - 7:30 pm

Oie, tudo bem? Spider man é um dos poucos super heróis que gosto e sei a história além do Super man. Apesar de ser acostumada a assistir TV desde criança e ler gibis nunca comprei ou segui histórias por meio de HQs. Fazia coleção apenas da Turma da Mônica rs Gostei dessa edição as ilustrações ficaram lindas. A Editora realmente caprichou. Fiquei curiosa pra ler. Beijos, Érika =^.^=

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