Review || The end of the f***ing world | Netflix

A review de hoje é da série baseada nos quadrinhos de Charles S. Forsman, The End of the F***ing World, produzida pelo canal britânico Channel 4 (Black Mirror e Skins), onde exibiram a série em outubro de 2017 e agora, no início de janeiro, a Netflix comprou os direitos.  Mais uma série no catálogo do serviço de streaming.

The end of the f***ing world conta com a primeira temporada completa com o total de 8 episódios, com aproximadamente 25 minutos cada.

O elenco principal é formado por:
Alex Lawther como James
Jessica Barden como Alyssa
Wunmi Mosaku como Teri
Steven Oram como Phil
Gemma Whelan como Eunice
Christine Bottomley como Gwen
Navin Chowdhry como Tony

Jessica Barden (Alyssa) e Alex Lawther (James)

James é um adolescente que acredita ser um psicopata, pois, quando criança, matava diversos animais. Ao chegar à adolescência, ele decide que quer matar uma pessoa. Nesse momento, somos apresentados a Alyssa, uma garota rebelde que deseja fugir de sua família, especialmente de seu padrasto abusivo, que maltrata sua mãe.

James resolve que a maneira ideal de matar alguém é começando um relacionamento com Alyssa. Assim, eles embarcam em um namoro estranho e caótico. Ao longo dos episódios, o espectador é imerso nos pensamentos e motivações de ambos os personagens, com flashbacks de suas infâncias, que ajudam a entender o que os levou a se tornarem quem são.

Wunmi Mosaku (Teri) e Gemma Whelan (Eunice)

Quando Alyssa decide fugir, ela chama seu “namorado”, James, que então rouba o carro de seu pai, Phil. Eles partem sem rumo definido até que Alyssa resolve que quer encontrar seu próprio pai. Durante a jornada, diversas confusões e crimes acontecem, e logo somos apresentados a duas policiais, Teri e Eunice.

Fica implícito que Teri e Eunice tiveram um breve relacionamento que não deu certo, o que cria uma grande tensão entre elas. Quando começam a investigar os crimes cometidos por James e Alyssa, as duas passam a discordar sobre como lidar com os adolescentes, intensificando ainda mais o conflito entre elas.

Quando a polícia encontra os pais dos jovens, Phil se recusa a acreditar nas acusações contra seu filho, enquanto Gwen, a mãe de Alyssa, reage com indiferença. No entanto, ela informa à polícia sobre o destino da filha, acreditando que Alyssa está indo ao encontro de seu pai.

Navin Chowdhry (Tony), Christine Bottomley (Gwen) e Steven Oram (Phil)

James e Alyssa são completamente diferentes, enquanto ele é indiferente em relação a tudo inclusive seus sentimentos, ela sente tudo ao extremo. Ao decorrer da trama, fica cada vez mais complicado entender quem eles são de verdade, pois em vários momentos se contradizem em palavras ou atitudes.

The End of the f***ing world:  relacionamento abusivo, homossexualidade

A série possui episódios muito curtos e exigem um certo nível de atenção para conseguir entender um pouco da história. A temática que eles abordaram vai além de cometer crimes e as consequências dos atos, têm assédio sexual, relacionamento abusivo, homossexualidade e empoderamento feminino, em que Alyssa, diversas vezes, diz que tem o direito de dizer não quando não quer fazer algo.

Infelizmente, essa série não me prendeu tanto quanto eu gostaria. Em vários momentos, me senti entediada enquanto assistia. Os personagens são pouco desenvolvidos e não foram bem trabalhados. As atitudes que eles tomam são previsíveis e já foram vistas em outros filmes e séries, e os motivos por trás de suas ações não são completamente esclarecidos, o que considero um ponto negativo.

A relação de Alyssa com seu padrasto, mãe e pai não foge de muitas outras relações conturbadas que já vimos, o mesmo vale para James. O que falta entre todos eles é o diálogo, que provavelmente resolveria 99% dos problemas em que se envolvem.

Um ponto positivo é o humor politicamente incorreto, que nos aproxima um pouco dos personagens. No entanto, nenhum deles tem algo que nos faça realmente nos apaixonar por suas histórias ou sentir uma forte vontade de acompanhar tudo até o fim.

Apesar de ainda haver muitas pontas soltas na trama, considero desnecessária uma segunda temporada, pois o final foi quase perfeito e deixou um ar de mistério muito interessante.

The end of the f**ing world: pontos positivos, trilha sonora e fotografia.

O roteiro poderia ter sido mais bem trabalhado. Parece que juntaram várias histórias em uma só, o que deixou a narrativa fragmentada. Além disso, a atuação dos protagonistas poderia ter sido melhor explorada, já que ambos são talentosos, mas esse potencial foi praticamente desperdiçado. A fotografia e a trilha sonora, sem dúvida, são os grandes destaques da série.

Minha conclusão sobre The end of the f**ing world é que ou você vai amar a história e se envolver em cada detalhe, ou vai achar tudo entediante e não se identificar com nada. Infelizmente, eu fico com a segunda opção, e é uma série que eu não assistiria novamente.