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O baile da morte vermelha | Edgar Allan Poe

por Nilda de Souza

A primeira vez que li sobre O baile da morte vermelha, de Edgar Allan Poe, foi em O Iluminado, de Stephen King. Fiquei curiosa com a referência e fui correndo ler o conto. Sorte a minha que já tinha a edição da Darkside.

O baile da morte vermelha narra a história do príncipe Próspero, que, para evitar a contaminação pela peste, se isola em uma abadia com outros nobres. Juntos, levam uma vida de luxúria em sete salões magníficos, imersos em opulência. Para eles, nada do que acontece além dos portões parece importar.

Esse conto aborda temas como soberba, arrogância e egocentrismo. Diante da morte, tudo isso se revela pequeno e inútil. O horror se manifesta na personificação da morte, enquanto o relógio marca as horas, criando um ambiente excêntrico, claustrofóbico e macabro.

O Baile da Morte Vermelha: o relógio

O relógio simboliza a passagem do tempo e a inevitabilidade da morte. A cada badalada, o som do relógio interrompe a festa, lembrando os convidados de sua mortalidade e da futilidade de suas tentativas de escapar do destino inevitável.

“E a Escuridão, a Ruína e a Morte Rubra estenderam seu domínio ilimitado sobre tudo.”

Você já leu esse conto? Quem leu O Iluminado se lembra dessa referência?

A obra de Poe influenciou outros autores de terror contemporâneos

E por falar em O Iluminado, Stephen King, a obra de Edgar Allan Poe teve/tem um impacto profundo no gênero do terror/horror, influenciando muitos autores contemporâneos.

Aqui estão 6 aspectos pelos quais sua escrita moldou o terror moderno:

 1. Atmosfera e ambientação
Poe foi um mestre em criar atmosferas opressivas e sombrias. A sua habilidade em evocar sentimentos de medo e ansiedade através da descrição detalhada do ambiente influenciou autores como H.P. Lovecraft, que também se concentrou na criação de mundos perturbadores e alienígenas.

2. Psicologia do terror
Poe explorou a mente humana e as emoções perturbadoras, como culpa e paranoia. Esta ênfase na psicologia do medo é evidente em obras de autores contemporâneos, como Stephen King, que frequentemente mergulha na psique de seus personagens para explorar o terror interno.

3. Narrativas não lineares
As histórias de Poe muitas vezes apresentam narrativas não lineares e pontos de vista múltiplos. Esta técnica foi adotada por escritores como Shirley Jackson, que também brinca com a percepção da realidade em suas obras.

4. O Gótico e o sobrenatural
Poe incorporou elementos góticos e sobrenaturais em suas histórias, estabelecendo um padrão que influenciou autores como Anne Rice. O uso de castelos, cemitérios e o macabro se tornou uma característica comum em muitos romances de terror posteriores.

 5. A Morte como tema central
A morte é um tema recorrente na obra de Poe, apresentada de maneira visceral e impactante. Autores contemporâneos, como Clive Barker, também exploram o conceito de morte e seus desdobramentos de formas criativas e perturbadoras.

6. O Conto de Terror
Poe é amplamente reconhecido por elevar o conto de terror a uma forma de arte. Sua estrutura, ritmo e capacidade de surpreender o leitor influenciaram muitos escritores de contos contemporâneos, como Ray Bradbury e os contos de terror da atualidade.

A influência de Edgar Allan Poe é visível em muitos aspectos do terror contemporâneo, desde a atmosfera até a exploração psicológica. Sua capacidade de capturar o medo humano e transformá-lo em literatura continua a ressoar com novos autores, fazendo dele uma figura central no desenvolvimento do gênero.

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2 comentários

Resenha || O Iluminado | Stephen King - Ave, livro setembro 22, 2024 - 6:08 pm

[…] fim, foi interessante notar a referência ao conto de Edgar Allan Poe, O Baile da Morte Vermelha.  A conexão com o baile de máscaras no hotel é maravilhosa. Eu não lembrava de ter lido o conto, […]

Responder
Resenha de O Corvo | Alan Poe - Ave, livro outubro 1, 2024 - 7:41 pm

[…] Na verdade, estou relendo todos os contos que estão na edição Edgar Allan Poe: Medo Clássico, da editora Darkside, e o poema faz parte dessa coletânea. Pretendo falar sobre cada conto […]

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