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Nevernight a sombra do corvo | Jay Kristoff

por Nilda de Souza

Nevernight, primeiro livro d’As crônicas da Quasenoite foi uma ótima surpresa. Uma dark fantasia que recomendo. Eu já havia lido várias resenhas elogiosas, mas não botava fé, mas agora quero ler o quanto antes a continuação.

Nevernight: a sombra do corvo tem uma ambientação é extremamente interessante

A narrativa é um bom exemplo de que ainda há o que se extrai de um mito conhecido. Usando o mito do deu sol e da deusa lua, o mundo de Nevernight tem três sóis, com dias que duram por muito tempo. A contagem dos dias é curiosa. Num mundo assim, como saber a hora de dormir com sóis quase eternos?! Organismos que se adaptam.

Nessa história acompanhamos Mia Corvere, uma personagem que tem quase todas as características que eu gosto: inteligência, determinação, sarcasmo. Uma personagem com vários defeitos.

Mia viu o pai ser executado, acusado de insurreição contra a República, e a mãe ser presa, tendo que levar consigo o filho, ainda bebê. Mia tinha só 10 anos e teve que sobreviver, escapando da morte por muito pouco. Mas ela jurou vingança e trabalhou arduamente para se tornar uma assassina. Nessa fuga, algo a encontrou. Um ser feito de sombra. Um ser que um dia foi um gato. 

Depois de perambular pelas ruas, correndo de perigo, Mia foi acolhida pelo velho Mercúrio,  um discípulo de Fauce. Niah. A Deusa da Noite. Nossa Senhora do Bendito Assassinato.

Ele a treinou, mas ela precisava se tornar também uma discípula da deusa e terminar de seu treinamento. Para isso, Mia precisou viajar para uma terra distante, onde fica a sede da igreja da Nossa Senhora do Bendito Assassinato, um lugar nada amigável, com professores assassinos, os melhores.

Eu sei que está saturado o uso do recurso da academia-colégio para desenvolvimento dos talentos do protagonista. Todo mundo lembra logo de Harry Potter. Mas acho que no caso de Nevernight o autor consegue se sobressair.

O lugar onde Mia vai se aperfeiçoar é extremamente sombrio, violento e traiçoeiro. Os alunos correm perigo de morte o tempo todo, pois as aulas são violentas, os professores não têm compaixão. Além de haver competições com regras nada justas. Só quarto alunos se tornarão discípulos, de uma turma de 28. Alguns ficarão  pelo caminho. Quem tem mais sorte, no final, irá servir a deusa da morte de outras formas.

Mia não é a melhor aluna, mas ela usa inteligência para superar suas limitações. Ela tem um poder, mas não pode usá-lo nas aulas. A única vez que usou foi punida com rigor.

Nevernight tem uma narrativa um tanto quanto poética e com ação desde o início. As descrições ocorrem ao mesmo tempo que a ação. Há notas de rodapé explicando aspectos da história. Tem algumas notas longas de mais. A único ponto que tem desenvolvimento lento é em relação ao poder sombrio da Mia.

Essa é uma narrativa com ótimas lutas. Mortes. Reviravoltas não tão surpreendentes. Há questões políticas. Há questões religiosas. Rezar para uma deusa assassina talvez não seja tão ruim. Há um pouquinho de romance, com uma pegada mais só de sexo. 

 

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