Seres mágicos e histórias sombrias | Neil Gaiman e Al Sarrantonio

Seres mágicos e histórias sombrias foi o último livro que li em 2019. E como ele é uma coletânea de contos optei por não segui a ordem natural leitura – início-fim. O bom livros de contos é podemos fazer isso, criar sua própria rota de leitura

Primeiro eu li o conto de Neil Gaiman, “A verdade é uma caverna escura”, pois nunca tinha lida nada do autor, por isso estava ansiosa para saber como ele escreve. E posso afirmar que é um dos melhores contos dessa coletânea. A narrativa e instigante, a linguagem contribui para a tensão da narrativa, os personagens são sombrios, com um passado que faz o leitor querer muito mais que um conto. Eu já quero ler o livro.

O segundo conto lido foi o de Al Sarrantonio – “O culto do nariz”. Sarrantonio é o organizador da coletânea, junto com Gaiman. Eu gostei do conto. A narrativa é obscura, com um ótimo desfecho. Fiquei com vontade de ler mais obras do autor.

Depois dos dois contos, resolvi ler os contos das mulheres. Iniciei com “Figuras Fósseis”, de Joyce Carol Oates. Um conto muito bom, que me chamou atenção trazer personagens gêmeos. Eu sempre fico curiosa com histórias com gêmeos. Eu tenho gêmeos, então… “Pesos e medidas” de Jodi Pucoult é um conto sobre luto, um tema que me agrada, mas não curti muito a forma como foi abordado aqui. Acho que eu criei expectativa de que conto seria mais insólito, mais perturbador.

E como não tem como eu falar de todos os contos aqui, pois o texto ficaria enorme, já que são 27 contos, vou falar só mais de um e, espero assim, convencer você de ler esse livro. Leiam Seres mágicos e histórias sombrias, é sério.

O conto é “O diabo na escada”, de Joe Hill. Quando eu folheava o livro, o conto do Hill me chamou atenção por causa do estilo, que lembra poesia concreta. Ao ler o conto a gente entende o motivo, que tem tudo a ver com a história. Você precisa ler. Já sou fã de Joe Hill desde Amaldiçoado e Nosferatu, que é meu preferido.
Gente, leia esse livro. Tem vários contos maravilhosos, de autores consagrados, outros nem tanto, como geralmente acontece em livros de conto.

E a introdução de Neil Gaiman é maravilhosa. “Só quatro palavras: O que aconteceu depois?” Agora toda vez que leio um livro eu me faço essa pergunta.