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Morte matada | G.G. Diniz | Corvus indie

por Nilda de Souza

Morte matada é uma noveleta, da escritora cearense G.G. Diniz, que se inscreve no movimento Sertãopunk. A noveleta faz parte da coleção Carcarás, publicada pela Corvus – antologias independentes.

Acompanho G.G. Diniz já tem um tempo. Ela tem vídeos com ótimas discussões no canal Usina de Universos. E foi devido às opiniões contundentes dela que eu me interesse por essa noveleta (e também porque sou cearense. Todo mundo já sabe).

Morte matada é ambientada em Cedrinho, interior do Ceará. A história se passa num futuro dominado pelo coronelismo. A diferença dos tempos atuais é que o povo vive subjugado (nem tanta diferença assim), escravizado e o meio de controle é uma coleira digital.

Cedrinho já foi livre, mas o Coronel Gomes se apossou da cidade. O filho do coronel e o jagunço Caveira são quem comanda. A população sofrem com o trabalho desumano, com a poluição das águas, dos pesticidas e muitos outros problemas.

Heloísa, a protagonista, é uma espécie de médica/enfermeira sem formação que trabalha no único posto de saúde de Cedrinho. Ela tenta salvar a vida dos pobres infelizes da região. Faz milagres, já que faltam equipamentos, remédios e ainda é vigiada o tempo todo.

Heloísa não tem coleira, mas não pense que ela é livre. O desenrolar das ações ocorre quando Heloísa resolve ajudar duas mulheres forasteiras, uma delas muito ferida.

Morte matada: Sertãopunk pluralidade de culturas, de saberes, de cenários

Morte matada foi uma leitura muito instigante. Eu estava mesmo curiosa para saber como seria abordado o Nordeste dentro das ideias defendidas pelo movimento Sertãopunk, que tem como ponto principal destacar as pluralidades culturais, de saberes e de cenários, fugindo dos estereótipos tão conhecidos: seca, fome, casa de taipa… 

Morte matada não me decepcionou. Ela une cenário distópico com alta tecnologia e problemas sociais, violência contra mulher. Tudo isso numa linguagem ágil, deixando a leitura fluida. A protagonista nenhum momento precisou de um homem para salvá-la. Aliás, o romance aqui não é o ponto. E devo dizer que não senti falta alguma.    

Últimas palavras: Leiam Morte matada. Essa noveleta acabou de ser lançada. Esse título é ótimo! Adoro títulos inteligentes. A primeira vez que li lembrei logo de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.

Sigo lendo mais escritores nordestinos, principalmente mulheres.

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