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Cherry inocência perdida || Nico Walker

por Nilda de Souza

Cherry inocência perdida é uma caminhada de autodestruição. O protagonista já na adolescência apresentava comportamentos que resultam em prejuízos para si mesmo, como as drogas, as relações tóxicas e a própria decisão de se alistar no exército.

Cherry é sobre um jovem, classe média, branco, americano, que já leva uma vida em meios às drogas. Não vai para universidade, mesmo a família tendo condições para tal. Decide se alistar no exército. É enviado ao Iraque. 

Depois de um ano no Iraque, ele volta ainda mais perturbado, sofrendo de estresse pós-traumático. O casamento chega ao fim. 

Todos os problemas, depois da volta do Iraque, não podem ser colocados tudo na conta do estresse pós-traumático. Ele já estava bem perdido antes disso. Havia um tédio, um certo distanciamento, e as drogas. Claro, tudo que ele vivenciou no Iraque só contribui para acentuar os problemas.

O relacionamento tóxico, a heroína, a falta de dinheiro e os assaltos aos bancos.

Cherry inocência perdida

O que chama atenção nessa história é que ela tem muito de autobiografia do autor, Nico Walker, mesmo ele dizendo que é uma história ficcional. O fato é que Nico passou por situações muito parecidas com as do personagem do livro. 

Cherry tem uma linguagem coloquial, que de início me incomodou. É uma torrente de informações, que por vezes parecem desnecessárias. 

Depois é que comecei a perceber que talvez a intenção seja mesmo causar um certo desconforto no leitor, com o recurso da linguagem sem lapidação. 

Mas é preciso deixar bem claro que não é uma leitura para todos. Há muita violência, descrições gráficas de morte. Há descrições de uso de drogas. Há na linguagem machismo, xenofobia, homofobia, gordorfobia, capacitismo. Muito capacitismo. Pensamentos suicidas. Há mais. 

É interessante que o próprio narrador fala que é um personagem que nem todos irão gostar. Ele sabe que é um babaca. 

A parte na qual o personagem está no Iraque foi a que eu mais gostei. Apesar de que senti falta de mais reflexões sobre as missões. A gente consegue perceber que ele não concorda com tudo. Os EUA herói ali. Por fim, há a questão da falta de assistência aos ex-combatentes. 

 

 

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