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Carrie || Stephen King | Editora Suma

Carrie é uma adolescente de 16 anos que sofre maus tratos em casa, vítima da mãe, que também precisava de ajuda. E, na escola, Carrie é vítima de bullying.

por Nilda de Souza

A história de Carrie eu conhecia das adaptações. Nunca tinha me interessado em ler o livro, mesmo gostando dos temas abordados: culpa materna, fundamentalismo religioso e bullying. 

A Suma me enviou a nova e maravilhosa edição, e que achei que já conhecia a história, me descobri completamente envolvida com nuances que só o livro oferece. 

Carrie é uma adolescente de 16 anos que sofre maus tratos em casa, vítima da mãe, que também precisava de ajuda. E, na escola, Carrie é vítima de bullying. Uma garota solitária. Eu não sei como ela aguentou tanto. Claro, as coisas saíram do controle quando os poderes telecinéticos despertaram de vez. 

Quando criança, Carrie já havia dado sinal de que era diferente, mas a mãe, como boa fundamentalista religiosa, associou os eventos ao diabo. E desde então, intensificou as orações, os castigos, na tentativa de expurgar o mal. 

Carrie foi tão negligenciada

Aos 16 anos, Carrie não sabia o que era menstruação. E quando o primeiro ciclo menstrual veio, ela estava na escola e não foi acolhida. A famosa cena dos absorventes. Esse evento foi o anúncio da tragédia que estava por vir. 

Aqui cabe discutir o papel da escola. Carrie não recebeu informações nem em casa, nem na escola sobre as transformações do corpo, da puberdade. E não estamos falando de educação sexual. É biologia. 

A escola também sabia que Carrie era vítima de bullying e não fez nada. Quando nos cálamos diante de uma opressão, também somos culpados. Quando rimos de uma piada homofóbica, transfóbica, racista, capacitista, gordofobia… também somos culpados. 

Carrie não foi acolhida em relação ao dom, nem quando sofria bullying. Não vou tirar a responsabilidade por tudo o que ela fez, mas será que não tinha como ser evitado? 

A mãe da Carrie, Margaret, era uma mulher cheia de traumas. E volta-se totalmente para a religião, só piorou seus problemas. Ela precisa de terapia, tanto quanto a filha, e de acolhimento. 

Ainda há outros personagens que vale muito a pena falar deles. Na verdade, King soube em poucas páginas construir personagens complexos. Chris Hargensen e Billy Nolan são exemplos. 

Leiam Carrie. É uma história curta, com uma estrutura muito interessante, que mistura o ponto de vista da Carrie com relatos, entrevistas, depoimentos, etc. pensar que essa história quase foi para o lixo. 

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