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O demônio de gólgota || Frank De Felitta

por Nilda de Souza

O Demônio de Gólgota, Frank De Felitta, Editora Darkside, uma batalha do bem contra o mal. Cristo contra o demônio. Ciência versus Igreja. As duas tentando entender os estranhos fenômenos da Igreja das Dores Eternas, localizada no resquício Vale de Cataratas de Gólgota, Massachusetts. 

“Cristo e Satanás. Duas vozes. Um só homem.” 

Um jovem padre jesuíta, Eamon Malcolm, acreditava ser capaz de exorcizar uma pequena igreja, que por anos estava abandonada. Ele quer consagrar novamente a igreja. Antes dele, dois padres já haviam caído diante do poder do maligno, expulsos de sua igreja pelo anticristo. 

Além do padre, dois cientistas também têm interesse nos fenômenos que ocorrem na igreja das Dores Eterna. Mário, um cientista ateu, cínico e raivoso. Anita, uma cientista descrita como intelecto refinado, mas que na prática se mostra mais crente do que os próprios religiosos. Os dois estão atrás de provas sobre o poder psíquico da mente, a parapsicologia. 

O Demônio de Gólgota tem um início perfeito, uma escrita vigorosa e elementos aterrorizantes. O prólogo descreve como foi o início da construção da igreja das Dores Eternas até a chegada do primeiro padre, Bernard K. Lovell, um jovem padre e sua primeira igreja. Tudo é muito sinistro, perturbador. É a melhor parte.

Do que trata O Demônio de Gólgota?

A história ao todo é muito interessante, abordando questões de fé versus ciência. O que eu mais gostei é que não há respostas. As situações apresentadas estão para além da compreensão da ciência e da religião. 

Religião versus ciência 

Eu gosto muito quando o cenário também se torna um personagem. O Vale de Gólgota é por demais um personagem carregado de mistério, ao que parece, algo maligno já vivia ali, antes mesmo da igreja. 

Questões sexuais impulsionam a trama: como pecado, desejos reprimidos e como abuso. Então esteja preparado para gatilhos. 

Cada personagem representa algo. Anita é a tentação e, ao mesmo tempo, é o amparo – a serpente e a Maria. O padre Malcolm vacila na fé, é vaidoso, com sérios problemas de desejos sexuais. Mário é o personagem detestável. Mas é compreensivo que ele odeie a igreja, por tudo que passou na infância. É um cara cheio de traumas. Eu achei que ele foi o único castigado no final. 

O Demônio de Gólgota tem uma das possessões demoníacas que eu mais gostei, em termos de descrições de fenômenos sobrenaturais. O resultado é uma história perturbadora.

Ah, um último fato: há um Papa de nome Francisco, quem tem muito do Papa Francisco atual. Coincidência. 

 

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