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Pedra Bonita || José Lins do Rego

por Nilda de Souza

Pedra Bonita, José Lins do Rego, Editora Global.  De José Lins do Rego eu só havia lido Menino de Engenho, há uns vinte anos. Inclusive, pretendo revisitar. 

Agora tive uma ótima experiência com Pedra Bonita, livro que se vincula ao ciclo do cangaço. A história tem dois focos: o messianismo e o cangaço. 

Bento Vieira é o protagonista, um jovem que foi deixado, ainda menino, aos cuidados do padre Amâncio, na seca de 1904. Bento é o coroinha e o criado do padre. 

O problema é que os moradores de Açu, vila onde eles moram, não gostam de Bento. Ele nem sabe o porquê. Só sabe que tinha a ver com sua origem, pelo fato de ser de Pedra Bonita. 

O povo entregue, obedecendo a um aventureiro, talvez um explorador, como tinham sido quase todos os outros.

Do que fala Pedra bonita?

A história é dividida em duas partes. Na primeira, conhecendo os moradores de Açu. Há um retrato muito característico. Tem o Major Evangelista, o Coronel Clarimundo e o Juiz Dr. Carmo. São os que mandam na vila. Há ainda as beatas, dona Auta e dona Francisca. Há também o escrivão Paiva, o sacristão Laurindo e o cancioneiro e violeiro Dioclécio. Este último tem uma grande influência na vida de Bento. 

É na relação de todos esses personagens que questões importantes são apresentadas. O cangaço, fruto, em parte, daquelas condições de miséria e de sofrimento. O governo, tão violento quanto os cangaceiros. E o messianismo, enraizado em questões tão intrincadas: seca, desigualdade social, fé, desempatou governamental, etc. 

Bento é um personagem de pouca ação. Ele pensa, porém não põe em prática. Minha vontade era de sacudir ele, para ver se tomava uma iniciativa. E só na segunda metade é que descobriremos a relação de Bento com Pedra Bonita. E não era o que eu esperava. 

Sertanejo é assim mesmo: vem santo, vem cangaceiro, vem a volante.

Foi uma leitura que me fez refletir sobre vários aspectos, principalmente em relação como o governo tenta resolver questões sociais ligadas à violência, pensando nas periferias, nas chacinas cometidas pela polícia. 

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