O eterno marido, Fiódor Dostoiévski, publicado pela Editora Nova Fronteira, é um romance que explora intensamente o tema da dúvida. A tensão moral que permeia a relação entre os personagens principais — o amante, Ivanovitch Vieltchaninov, e o marido traído, Pavel Pavlovitch — cria um clima de constante incerteza.
A luta entre essas duas consciências é impressionante, mantendo o suspense durante toda a narrativa. O eterno marido é um livro curto, de leitura super rápida. Narrado em terceira pessoa. A história é centrada na relação entre o marido (Pavel Pavlovitch Trussotzky) e o amante (Alexei Ivanovitch Veltchaninov).
O eterno marido: complexidades da moralidade, da identidade e da condição humana
As questões morais e as dúvidas que surgem fazem com que o leitor se sinta compelido a continuar, ansioso por respostas. Um dos principais mistérios é a verdadeira paternidade de Lisa, filha de Natália, que nasce oito meses após a partida do amante. Além disso, a dúvida sobre se Pavel sabe do relacionamento entre sua falecida esposa e Vieltchaninov é um ponto central da trama. As intenções de Trussotzky em relação a Veltchaninov também são constantemente questionadas, criando momentos de tensão palpável.
Os embates entre os personagens são marcados por uma certa elegância, mesmo quando a situação se torna crítica. A expectativa de que um confronto físico possa ocorrer é uma constante, mas a sutileza das interações é o que realmente cativa.
Este foi o primeiro livro completo de Dostoiévski que li. Tentei ler Crime e Castigo na adolescência, mas não consegui terminar; na época, não tinha a bagagem necessária para apreciar a profundidade da obra.
Não posso deixar de fazer uma relação com Dom Casmurro, de Machado de Assis, já que ambos os romances trabalham o tema da dúvida e exploram questões humanas universais.
O Eterno Marido é uma leitura que provoca reflexão e instiga a curiosidade, mantendo o leitor preso à narrativa até a última página. A habilidade de Dostoiévski em explorar as complexidades da mente humana e as nuances das relações interpessoais é, sem dúvida, uma experiência literária marcante.
A dúvida na literatura russa não é apenas uma questão de incerteza, mas uma ferramenta para explorar as complexidades da moralidade, da identidade e da condição humana. Os autores utilizam esse tema para refletir sobre a sociedade, a espiritualidade e as profundas questões existenciais que afligem seus personagens.
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