Ciranda de Pedra, Lygia Fagundes Telles. Foi uma releitura e confesso que na primeira vez não me impactou tanto. Continuo nutrindo sentimentos ambíguos, depois de uma semana que finalizei a leitura, em relação às irmãs e aos amigos das irmãs da personagem principal, Virgínia.
Ciranda de pedra fala sobre as relações familiares, preconceito, opressão, hipocrisia social e a busca por uma identidade, tudo isso permeado por uma linguagem envolvente.
Virgínia é uma menina que, no início da narrativa, é frágil e vulnerável, e um tanto birrenta. Ela vive em um ambiente familiar desestruturado e opressor. Sua mãe, Laura, está mentalmente instável. Seu pai, Dr. Natércio, é um advogado rígido e distante, que não demonstra afeto pela filha.
Virgínia não participa da ciranda de pedra
Virgínia se sente rejeitada e deslocada, especialmente em relação às suas irmãs, Bruna e Otávia, que parecem viver em um mundo à parte, no qual a protagonista não consegue se encaixar. As irmãs são indiferentes, um tanto cruel com Virgínia.
À medida que Virgínia cresce, ela começa a questionar o mundo à sua volta e a entender melhor as relações que a cercam.
Foi tão legal quando entendi o título. Uma metáfora para as relações sociais e familiares dos personagens, que parecem girar em círculos, repetindo padrões de comportamento e sofrimento. As duas irmãs e os três amigos giraram na ciranda sem deixar nunca a Virgínia entrar.
Na obra, temos a Virgínia menina que anda nas pontas dos pés para não incomodar. Anos depois, a menina insegura se transforma em uma jovem que busca sua própria identidade e independência. O desfecho do romance é ambíguo, deixando espaço para a interpretação do leitor sobre o futuro de Virgínia.
Uma leitura indispensável para quem aprecia romances de formação.
Compre na Amazon
O Ave, livro é integrante do programa de associados da Amazon. Se você comprar através do meu link, ganho uma pequena comissão. Assim, ajuda a manter o site no ar e ganhar minha eterna gratidão por apoiar meu trabalho.